Um pouco de esporte é o suficiente para estimular a memória?
Um estudo piloto desenvolvido na Universidade de Genebra (Unige), publicado pela Scientific Reports em 23 de setembro, pesquisadores pediram a um grupo de 15 homens com idade entre 19 e 27 anos, saudáveis, entusiastas de esportes regulares, que se submetessem a um exercício de memória. Uma tela mostrou 4 pontos colocados lado a lado. Estes pontos se modificariam em estrela de forma aleatória e, a cada vez que isso acontecesse, o participante deveria pressionar a tecla correspondente para medir o aprendizado dos movimentos.
Em seguida, esse mesmo grupo realizou, por quinze minutos, atividade de ciclismo intensivo (a 80% de sua frequência cardíaca máxima), o que corresponde a um esforço em subida, ou trinta minutos em intensidade moderada (no plano), ou permaneceu em repouso. Após este procedimento, os participantes foram convidados a realizar o teste de memória novamente.
Os resultados demonstraram que a memorização aconteceu de forma mais rápida após a realização da atividade física, e ainda mais rápida após a atividade contínua. As imagens cerebrais mostraram uma ligação entre a velocidade dos sujeitos e a ativação do hipocampo¹a, uma área chave de memória no cérebro, e o núcleo caudado¹b, uma estrutura cerebral envolvida nos processos motores.
De acordo com a pesquisadora Anne Vuillemin: “Sabemos que a atividade física tem efeitos nas habilidades cognitivas², mas seria interessante medir esses efeitos em pessoas que não são muito ativas, ou mesmo sedentárias”. Vuillemin, é professora universitária em ciências e técnicas de atividade física e esportes na Universidade de Côte d’Azur (França).
¹: Estruturas do encéfalo relacionadas: a – memória; e b – mobilidade física.
²: habilidades cognitivas são um conjunto de habilidades que adquirimos no desenvolvimento, tais como habilidades motoras, memória, atenção, percepção, etc.
Resumo elaborado a partir da crônica do “Le MOnde”, escrita pela jornalista Pascale Santi e intitulada “Un peu de sport suffit à stimuler la mémoire“. Você pode ler o texto na íntegra acessando aqui.